quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

planob.

mas não é que você esteja mal, não, não é isso. as pessoas não entendem, elas não podem te ver quieta sem que pensem que há algo de estranho no ar, elas sempre acham que conhecem você, querem ouvir sua história, querem opinar, e você até pode querer contar, mas sabe que no minuto que começar, vai se arrepender, porque é sempre assim, e você sabe disso. mas você ensaia um começo, e com a mesma rapidez um julgamento e um conselho. e você ouve isso toda hora, é quando está insatisfeito com o trabalho, quando está de saco cheio da faculdade, puto com os amigos, a verdade é que tá todo mundo no automático, e elas vão fazer qualquer coisa pra continuar nele. e acreditem, não perguntem nem peçam conselhos a não ser que realmente queiram, porque em geral, todos, todos, tem alguma coisa pra te falar.

e não é tristeza, nem raiva, é ausência de sentimento por algumas coisas que deveriam ser tão importantes, e um descontrole de sentimentos por outras coisas. o que é, é, você não pode culpar ninguém por isso, o problema é o que você vai fazer com tudo o que sobrou, com toda aquela caixa de coisas que você não queria revirar, e agora tá gritando seu nome. você tem vontade de ligar, e falar coisas que nunca falou, de escrever cartas que você nunca vai enviar e todo aquele tipo de coisa que em dias, semanas, meses vai estar totalmente aquietado na memória.

a vontade é de arrumar uma mochila; pegar um livro - um só, algum aleatório, pra te obrigar a criar um vínculo com algo inesperado mesmo - uma máquina - de filme, pra ter surpresas depois - uma meia dúzia de roupas - de preferência as confortáveis e não as que a gente se aperta pra ficar mais bonito e se mandar. zero celular, zero acúmulo de informações, zero tecnologia forçada, zero. exatamente isso, ausência. imaginou? uma casa de madeira, tanto faz numa praia ou num campo, uma cama confortável, e você, com você mesmo. pode ser numa cidadezinha também, com poucas pessoas, daquelas cheias de história pra contar. um diário pra isso seria perfeito, mas diário acaba virando obrigação, e tudo que é importante, de um jeito ou de outro, tá fixo na memória. então segue. vai. racionalizar te paralisa.

e não espere nada, porque não esperam nada de você.

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