segunda-feira, 30 de março de 2009

chega de saudade.

odeio meus pais. 
eles sempre fizeram com que eu e meus irmãos passássemos mais tempo um com o outro do que a maioria dos pais obrigam seus filhos, daí quando um se ausenta fica esse sentimento péssimo que é a saudade.
meu irmão mais velho tá fazendo um cruzeiro de formatura. foi na sexta-feira e volta amanhã e eu estou sem ter o que fazer há dias. nem sair de casa tem mais graça, porque sempre quando eu saio ele vai no meu quarto e fala "vai lá, sua traidora", e agora só meus pais reclamam. fora que eu tenho uma insônia brabra e só ele está acordado quando eu resolvo andar pela casa e procurar o que fazer. agora só me resta conversas virtuais com pessoas que sempre vão dormir antes de mim.
fora que eu invejo pessoas como meu irmão, ele é pacato. faz as coisas de forma mansa e tranquila, é calmo, fala pausadamente, e ao mesmo tempo tem sempre papo e consegue as respostas das coisas muito antes de mim. faz direito mas quer cinema, compra livros e lê todos, enquanto fiquei na vontade foi e fez curso de fotografia e provavelmente é uma das melhores pessoas que eu conheço.
odeio meus pais, e ainda mais sentir saudades.

sábado, 28 de março de 2009

pelas redondezas.

eu tô com um novo objetivo na minha vida; criar intimidade com a galera do meu bairro. comecei com o pessoal do meu prédio, mais precisamente meus porteiros; tem um que se chama joão, daí eu passei a chamar de john, quando ele está relativamente perto eu passo e dou um tapinha no ombro dele e solto um "jôôôôhn" e sinto que estamos mais próximos. tem um outro que eu não sei o nome, e provavelmente nunca vou saber porque já moro aqui há 1 ano e não posso simplesmente confessar agora que eu não sei, então com ele eu criei a intimidade de falar sobre o tempo, eu passo e digo "é, hoje é solzão hein" e ele sempre ri - sempre - e depois faz alguma observação climática também. com o porteiro do prédio ao lado eu passo e quando ele olha e faz cara de semi-conhecido eu solto pra ele um "ôpa" ou "oba", uma vibe meio interior que sempre funciona.
no zona sul eu também fiz amizade, e uma amizade que me rende bons frutos; a mulher do pão de queijo. depois de tanta encheção de saco pra ela reservar os mais anêmicos pra mim agora sempre batemos um papo superficial.
hoje foi minha maior conquista, consegui estabelecer contato com um cara que eu sempre quis; bem perto do zona sul tem uma banca e o cara que trabalha nela sempre tá com uma camisa do vasco, meio antiga e eu sempre pensei em zuar ele, assim de graça, mas sempre ficava com vergonha. hoje criei coragem, graças ao meu novo objetivo. o flamengo tinha acabado de ganhar e eu tava com a camisa, e ele com a dele do vasco, a gente se entreolhou e foi o momento, soltei; "uma hora vocês perdem hein", e ponto pra mim, ele deu um sorrisão e disse "vâmo ver, vâmo ver". ganhei o dia.
minha nova ambição agora é falar com um velhinho que tá sempre sentado perto do ponto de táxi, tenho muita curiosidade de saber qual é a dele.
fiquem no aguardo, copacabana será toda redescoberta por mim.

filhos.

um dos sonhos que eu tinha era ter uma família grande. mas tipo, grande mesmo. daquele tipo bem italianona cheia de crianças correndo pela casa, gritaria nas refeições numa mesa enorme cheia de gente.

tinha.

hoje meu sonho foi destruído pela presença de um exu em forma de criança no zona sul. a dita cuja estava totalmente enlouquecida pela proximidade da páscoa. juro. eu fiquei no mercado mais ou menos uma meia hora fazendo compras e a criança corria e sacudia uns 10 (exagero) ovos de páscoa naquelas mãozinhas pequenas ao mesmo tempo em que gritava com a mãe - que nesse momento devia estar se perguntando o porquê de não ter dito que estava com dor de cabeça naquele dia fatídico - pedindo mais umas 20 coisas desnecessárias. e pior, fazia tudo isso puxando o vestido da (coitada) da mãe. depois correu mais um pouco, derrubou umas 20 coisas no caminho enquanto solicitava enraivecida a mãe se podia levar isso, levar aquilo pra no fim mesmo com todos aqueles ovos na mão, concluir pra mãe em um momento de primeira grande frustração na vida ao berros "mãããããããããããe, não tem o ovo da hannah montana".

família grande uma ova.

sexta-feira, 27 de março de 2009

é.

a empregada daqui de casa chegou correndo e feliz pra mim ontem quando eu cheguei e disse; "mandaram te entregar isso", e me passou um papelzinho dobrado com um número de telefone e um nome, andré. de acordo com ela, ele é meu admirador secreto e me vê passar todo dia na rua e agora, ela espera sinceramente que eu faça alguma coisa em relação a isso.

pode deixar luísa, vou sim.

segunda-feira, 23 de março de 2009

(antesfosse) cotidiano.

juro que dava o mundo pra ter aula menos vezes por semana só pra poder acordar e ficar viajando com o barulho da chuva. dá pra acreditar que tem gente que não gosta de tempo assim? eu sou aquela até meio paraíba no que concerne a clima, basta uma chuva pra eu sair de calça, casaco e se bobear até um cachecol, é bom demais. o chato é que dá preguiça, tempo assim não combina com esse ritmo agitado de carioca, praia e açaí. tempo assim é pr'aqueles que apreciam cada detalhezinho de um dia cheio de pequenas grandes coisas.
é pra se acordar com paciência, se espreguiçar durante uns 20 minutos rolando na cama e espiando pela janela. caminhar lentamente - de meia e chinelo por favor - pela casa e enfim alcançar a cozinha e preparar um chocolate quente, nada de correr pro banheiro pra lavar o rosto e já escovar os dentes, é hora de voltar pra cama e protelar o início de um dia por mais uns 10 minutos. aí você vai pegar um livro, e sem pressa vai degustar cada frasezinha escrita em cada folha, parando de minuto a minuto com o barulho da chuva ficando ora mais fraco, ora mais forte. perfeito. quando parar de tomar o chocolate quente e ler o livro, vai colocar uma música, de preferência algo que remeta a um som empoeirado, estilo café na frança, bossa nova no leblon, algoassim, sem muitas pretensões.
daí você vai receber uma mensagem ou um telefonema ( de preferência mensagem, ligação agita demais ) que vai te render um programa pra tarde, aquele filme que você nunca consegue arranjar companhia pra ver mas num dia de chuva como esse, consegue, o cinema não tem fila, não é em shopping e o filme é inesperadamente bom. já disse, perfeito. daí pra sair e tomar um café é um pulo, por isso a companhia tem que ser boa, café é algo calmo, é preciso ter papo pra matar o tempo. e quando se chega a tantas pequenas perfeições sutis ao longo do dia, o que mais vier é lucro.
ah, quem quer viver em cidade ensolarada e barulhenta o tempo todo?
caio diria; "tenho tido dias maravilhosos, mesmo tão quietinhos".

domingo, 22 de março de 2009

outono.

sabia que minha felicidade instantânea tinha motivo, começou na sexta-feira minha estação preferida; outono.

pra entrar no clima vale a pena ler a coluna do artur xexéo na revista de domingo do o globo de hoje.

sábado, 21 de março de 2009

futebol.

é muito triste saber que eu sou flamenguista às vezes, principalmente quando tá passando o campeonato italiano e inglês na tv.
lembro que eu comecei a gostar de futebol - sem ser quando o flamengo jogava - na copa passada. eu tava no terceiro ano e meu professor de química, que também era coordenador do colégio, falou que quem quisesse sair da aula pra assistir aos jogos, poderia. pra quê, né? tínhamos que aprender a gostar de um jeito ou de outro. claro que depois de alguns - muitos - chopps (tinha um pé sujo estrategicamente posicionado do lado do meu colégio) já tinha se formado uma roda de mulheres falando e criticando o jogo com a maior propriedade. na verdade a gente falava mais dos jogadores do que o jogo em si, mas enfim, tava valendo. logo depois surgiu o album da copa e aí já era. foi um deus nos acuda, eu comprei, claro e se instaurou uma guerra no colégio por figurinhas. eu lembro que o time da alemanha era o mais insuportável, eu devia ter umas 2 repetidas de cada um daqueles infelizes e o que eu mais queria, que era completar a parte da costa do marfim, não consegui. aí quando acabou a copa tive que voltar pra triste realidade de flamenguista que sou.
nunca vou esquecer a libertadores por exemplo, nunca mesmo. não só chorei com a eliminação inacreditável do flamengo como tive que engolir o fluminense vencendo o são paulo; engolir, mesmo! eu tive a brilhante idéia de ir ao jogo e assistir na torcida do são paulo, e quando estava feliz da vida cantando "jovem fla - independente " aconteceu o que vocês viram. claro que o final dessa tragédia mais a frente foi delicioso mas na hora foi bem desagradável.
e desagradável tem sido a palavra desde então, ser flamenguista não anda fácil, mas de acordo com os deuses do futebol - deve ser algo assim - amanhã é dia de flamengo! o fulham e o tottenham já ganharam e até agora o catania tá levando em cima do lazio. fiz até aposta pro clássico mais tarde, roma e juventus; certeza que roma leva. e se tudo correr bem até o final da tarde amanhã os jogadores do flamengo, devidamente remunerados, enfim, vão deixar de fazer corpo mole e dar mais um chocolate pros' vascaínos.

domingo, 15 de março de 2009

almoço de domingo.

família árabe e italiana; se tem 2 coisas que a gente sabe fazer é brigar e comer.

quinta-feira, 12 de março de 2009

pra'quem é da puc.

juro que um dia ainda descubro quem é washington braga.

domingo, 8 de março de 2009

prosa de irmãos.

eu: ah, acho que não vou no seu aniversário não, ouvir aquele tuntitunti a noite toda.
arturo: mas eu quero que pessoas queridas estejam perto de mim
eu: ué, mas você nem insistiu pro rodrigo ir, ele não é querido?
rodrigo: pois é, nem fui convidado
arturo: claro que foi.
rodrigo: não fui não.
arturo: claro que foi cara, eu te mandei um email convidando.

sexta-feira, 6 de março de 2009

quinta-feira, 5 de março de 2009

cultivo de rosas e rimas.

não é esquerda ou direita, tampouco no meio.
é qualquer coisa desencontrada, sem medo e anseio.
nem perdoa, nem é perdoada, é guardada no peito.
se com rima é montada é desfeita no jeito.