domingo, 4 de janeiro de 2009

sobre israelenses e palestinos.

Entender o que acontece na faixa de Gaza e adjacências sempre foi uma grande dificuldade pra mim. Lembro que quando eu tava na 8ª série escolhi fazer um seminário sobre o Oriente Médio e meu professor, no auge de sua sabedoria, achou que talvez, fosse difícil demais pra eu conseguir entender. Não que eu ache vergonha admitir isso, meus professores não sabiam explicar o porque daquela região ser tão conflituosa e muitos dos maiores especialistas do assunto hoje em dia continuam sem conseguir decifrar o que acontece naquela terra, a questão é que apesar de eu nunca ter entendido de guerras em geral, e dessa em particular, sempre entendi o mínimo sobre diferenças.

Qualquer pessoa com o mínimo de convívio social sabe que ainda que a princípio elas pareçam inofensivas, as malditas diferenças crescem em proporções incontroláveis com o passar do tempo, até que eventualmente enlouquecem umas das partes e aí, talvez, chegue a algo parecido com esse lance de guerra.

Quando eu era pequena e brigava com meus irmãos a vontade que eu tinha, e muitas vezes passava do plano da vontade, era procurar algum jeito de ferir meus irmãos, podia ser fisicamente, a forma mais banal, como também a mais baixa - e muitas vezes mais eficiente- eu pensava em como poderia agredi-los moralmente. Um xingamento, trazer a tona o passado constrangedor de alguma situação, qualquer coisa valia, o importante era magoar o outro, quem sabe até, arrancar uma lágrima no fim, como vitória. Esses sentimentos eram todos aflorados porque claro, acima do fato de sermos ligados por sangue, somos pessoas, e sem sermos perguntados se queríamos ou não, fomos obrigados a viver juntos.

Ninguém me perguntou um dia se eu queria dividir meu banheiro com meu irmão, ou se teria que ver a cara dos 2 todos os dias de manhã ou sequer se queria compartilhar todas as fases da minha vida com eles - incluindo aquelas que a gente não quer compartilhar com ninguém -, assim como ninguém perguntou se eles queriam, mas ainda assim, ainda que não perguntados, nunca nos matamos por isso.

Evidente que não quero comparar o convívio de irmãos e uma rotina igual a tantas outras com essa relação incompreensível que existe entre israelenses e palestinos, mas assim como penso nas minhas relações sociais, e o quão difícil elas podem ser, tento imaginar o que leva pessoas a chegarem nesse estado tão extremo e acabarem por fazer tais atrocidades uns com os outros.

Não que eu seja partidária convicta da galera do "deixa disso", mas sou totalmente antiquada no que concerne a guerras, não consigo entender quando o diálogo falha de tal maneira que o único meio coerente, seja agredir o outro, por qualquer motivo que seja.

Sinceramente não consigo imaginar uma solução pra essa guerra - e nessa acho que estou com mais alguns milhões de pessoas - acho que assim como meus pais faziam comigo e com meus irmãos em tempos de guerra deveria ser feito também com israelenses e palestinos, eles deveriam ser castigados - ou quem sabe, presenteados - a ficarem longe um do outro e nesse caso por tempo indeterminado. É como num artigo que um amigo leu sobre esse mesmo assunto, talvez o problema real seja que esses 2 povos - e quando digo povos, me limito aos de Israel e da Faixa de Gaza - simplesmente não possam viver perto, talvez essas diferenças, sejam de fato, irreconciliáveis.

É a falha suprema das relações sociais e ao mesmo tempo uma carecterística bem humana, mas o que se há de fazer? Ao contrário das minhas brigas com meus irmãos as perdas nesse caso são infinitamente maiores e totalmente irrecuperáveis, e ainda que mereçam, infelizmente não podemos colocar nenhum dos 2, de castigo.

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